sábado, 31 de julho de 2010

Liberdade, quando enfim virás?


Eu sou como a garça triste
Que mora à beira do rio,
As orvalhadas da noite
Me fazem tremer de frio.

Me fazem tremer de frio
Como os juncos da lagoa;
Feliz da araponga errante
Que é livre, que livre voa.

Que é livre, que livre voa
Para as bandas do seu ninho,
E nas braúnas à tarde
Canta longe do caminho.

Canta longe do caminho.
Por onde o vaqueiro trilha,
Se quer descansar as asas
Tem a palmeira, a baunilha.

Tem a palmeira, a baunilha,
Tem o brejo, a lavadeira,
Tem as campinas, as flores,
Tem a relva, a trepadeira.

Tem a relva, a trepadeira,
Todas têm os seus amores,
Eu não tenho mãe nem filhos,
Nem irmão, nem lar, nem flores.

( Trecho do poema Tragédia no Lar, de Castro Alves )

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Partindo do Princípio


Caro leitor,
Devido à minha grande dificuldade em transcrever para o papel meus pensamentos, sejam eles de natureza profunda ou superficial, resolvi apostar - pela enésima vez - na praticidade da digitação. Deixo desde já esclarecido que pretendo depositar neste blog todas as ideias que eu julgar relevantes, ainda que não sejam de minha autoria (claro que, quando não forem, dedicarei as honras a seu devido autor).
Não pretendo aqui alcançar fama ou glória dos homens. Na verdade, nem sei realmente o motivo de estar fazendo isso. Talvez seja pela instintiva necessidade que tenho em escrever e expor o que penso da vida, do mundo e das pessoas. Quem sabe em busca da compreensão de alguém que possa vir a se identificar com minhas palavras. Ou ainda na tentativa de uma revolução, mesmo que silenciosa e oculta.
Epístolas, contos, poesia, histórias verídicas, imagens. Poder-se-á encontrar de tudo por aqui. Vai depender de minha disponibilidade, estado de espírito, ânimo e criatividade. Qualquer coisa. Talvez se espante com tanta tosquice e/ou pieguice. Talvez inspire-se com alguma frase e decida mudar o mundo. Talvez deseje lançar-se de uma janela, para alçar voo. Isso vai depender de você.
Seja bem-vindo, acomode-se em qualquer poltrona e fique à vontade.
Atenciosamente,
B.